Abrindo perspectivas

 Em aprendizado, compaixão, diversidade

“Vi um vulto ao longe
Era um bicho
Cheguei mais perto
Era um homem
Cheguei ainda mais perto
Era meu irmão”

       Provérbio Tibetano

#1. Chego do almoço em meio a uma  Cinelândia lotada de policiais.
Pergunto a dois deles: “o que vai acontecer?”. Eles não sabem.  No olhar deles vejo mais apreensão do que eu mesma sinto, por que estarei “protegida” num sexto andar, bem longe da rua.
Despeço-me desejando boa sorte para todos nós, subitamente consciente de não somos inimigos. Recebo um “vai com Deus” e um sorriso.

Será que o inimigo é o policial?
Ou seria a violência, a falta de preparo, o medo generalizado, a corrupção, a inércia, o descaso?

Fonte: http://img.ly/4vki

#2. Mídia Ninja vai no Roda Viva.   Não vi o programa, apenas a repercussão. Alguns elogiam o momento histórico. Outros, como Cora Rónai, questionam o maniqueísmo “mídia ninja é do bem x mídia tradicional” é do mal.
O projeto Fora do Eixo, ligado ao Mídia Ninja, deixou de ser pedra e virou vidraça.  Há os que fazem a sua defesa  e os que questionam o grupo, Vale ler e refletir.

A “realidade”pode ser traduzida por vários pontos de vista e contada por vozes em vários tons. Há várias possibilidades de leitura. E há muito mais nuances do que os extremos Bem x Mal.

#3.Amigos aplaudem e questionam capa da revista TPM, mostrando mulher produzida vs. mulher não  produzida.
Os que curtem, gostam da provocação ao modelo “mulher perfeita”.
Os que não curtem tanto, lembram de modelos anoréxicas em propagandas da mesma revista.
Em comum: uma crítica ao padrão mulher-maravilhosa-sem-rugas-sem-cachos-sem-pelos

Diferente, mas igual. Mas diferente.

Poderia seguir mostrando exemplos e mais exemplos para provar o mesmo ponto:
Há mais de um jeito de enxergar (e narrar) o  mundo
– Esta diversidade é preciosa para formarmos nossas próprias escolhas e opinião.

O risco é considerarmos apenas uma fonte, uma voz, um jeito de pensar.  E, cristalizados nesta verdade, sermos intolerantes e sem compaixão.
De perto, somos todos irmãos. Todos sentem dor, seja coquetel molotov, pedra portuguesa ou bala de borracha.
Alguns, claro, tem mais poder de fogo.
Mesmo assim,cada vez mais acredito no diálogo entre diferenças para encontrar um melhor caminho.
Não violento.

Aprendi recentemente que verdades são acordos provisórios.  Aprendi, há mais tempo, que amar é uma força que sustenta mais que o ódio.

Portanto, caminhemos de mãos dadas. Atentos e serenos.  Inquietos e compassivos.
Não pensemos no Bem e no Mal. Vivamos o bem que podemos ser. E lidemos com o nosso mal e o mal alheio da melhor forma possível.

A pergunta no final, é esta: o que você está fazendo com tudo que recebe de informação? Qual é a SUA opinião. E o que pretende fazer com ela?

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