Bem perto

 Em amor, ancoragem, aprendizado, autoconhecimento, colaboração, filhos, gratidão, inspiração, presença, simplificar

Temos tanto a aprender. Mas nos perdemos em meio a tantos professores, tanta fala e tanto conteúdo.
A cabeça explode sem poder mais comportar  informação.
No entanto, há mais maneiras de compartilhar experiência. Não é necessário o dizer. É possível aprender por proximidade.
Co-corpar, diriam algumas de minhas melhores professoras. Corpo junto do corpo, trocando impressões sem nome ou tradução.
Em tempos de tanto esforço, é um bálsamo  poder aprender, apenas sendo.

Children at the sea, by Joaquin Sorolla y Bastida

Sinto-me assim na minha aula de hidroginástica. Sim, parece incrível.  Uma modalidade estigmatizada, “para senhoras”. E, no entanto, tudo que eu precisava para este meu momento.
Agora é tempo de construir um trabalho novo. Mãos a obra e muito a fazer.
Conciliar esta construção com ser mãe e dona de casa tem consumido uma enorme energia.
Sinto sede.
Nesta busca, auxiliada pelo preciso acaso, fui parar nesta classe.
Talvez seja a água, um meio curativo por si só.  É um presente sentir minha presença tão leve e poder diluir minha ansiedade e cansaço.
Mas desconfio que não é só isso.
Imersas comigo, uma dúzia de mulheres vividas partilham seus saberes. Cada movimento espalha memórias, sorrisos matreiros de quem já viu de tudo.  Sinto-me num caldo de vida.  E eu bebendo dele.
Ainda interajo pouco com estas incríveis colegas. Mas o olhar terno, o sorriso compreensivo. A toda a hora compartilham alguma coisa comigo.
Receberam-me contentes. Nada da competividade ou desconfiança de outros círculos. Lentamente, vou absorvendo fragmentos de suas conversas, sua forma de combinar uma brejeirice de meninas levadas com uma suavidade de quem já sofreu e viu sofrer.
Sem perceber, comecei a levar para outros lugares esta ideia de estar junto, apenas sendo:

– No lento reconstruir após a separação do ano passado, pratico estar perto no sofá. E esta proximidade nos ajuda a dar saltos maiores, como um passeio de hora de almoço no Centro…

– Na maternidade, a todo o tempo e a toda hora. Ontem meu filho conversou comigo sobre “eu ajudando meninos mais pobres”.  E dei-me conta que se referia a meu trabalho voluntário na Vencer. Eu nem me lembro quando contei a ele sobre isso… Realmente tudo nos serve e nossos filhos estão prestando atenção em nós.

Agora planejo novas experiências, no meu trabalho de organizadora de ideias e no meu conviver com pessoas queridas.

Ser a mudança que quero ver no mundo. Aprender com a mudança criada pelo outro.  Gandhi não poderia estar mais certo.

É libertador poder aprender estando junto. Sem preleções, sem aulas. Apenas sendo.
Experimente.

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