Bordado de açúcar

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“Entre pedras
Cresceu a minha poesia.
Minha vida…
Quebrando pedras
E plantando flores.”

Cora Coralina In Meu livro de cordel



Quase no fim da viagem de doze dias por Goiás. o peito repleto de simplicidade e doçura.
No conforto do hotel de Goiânia, repiso o chão de pedra e barro dos últimos dias.
Foi tão bom.
Começamos na Cidade de Goíás, a forma amorosa de se chamar Goiás Velho. Amorosa pois há muita vida correndo sob o calçamento antigo, o ar parado e as portas fechadas.

Flor de Coco

Vida no cultivo da memória cultural, belo trabalho das Mulheres Coralinas.
Vida pulsando nos cristais-fruta frescos das portas abertas de doceiras generosas. Senhoras pescando delícias de suas encomendas para oferecer pastelinhos e flores de coco para meus filhos.
Goiás eterno, jamais velho.
Eu conectada com o feminino da janela de Cora, das mulheres curtidas de sol que me vendem suas artesanias.
Goiás, Tiradentes, Quissamã.
No coração do Brasil reencontro meu coração ancestral.
O sol inclemente, a chuva que deixa um cheiro de Campos.
Sou parte daqui. Levo a terra vermelha, o gosto de cajá e castanha de baru.
Levo meus filhos pelas mãos, apresentando a alma antiga de nossa terra.
Sou eu também alma antiga e sinto-me em casa, mesmo tão longe de meu ninho-oceano.
Lavo o cansaço do ano nas tempestades de final de tarde.
Nos olhos enrugados, apertados pela luz escaldantes, encontro um vínculo maior. Somos todos da mesma aldeia.
Deixo Goiás com saudades.
Cocada. Bordado.Poesia. Castanha. Pedra. Sorriso. Calor.
Goiás novo, vivo, que jamais me deixará.

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