Dona da minha casa

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Não faz nem um mês, mudei-me para um novo lar.

Tempo de recomeços.

Uma casa sonhada há anos, um desabrochar do viver mais simples.

Não é pequena, mas bem menor do que as moradas das últimas décadas.

O espaço ficou maior aqui dentro.

Aprecio as pequenas tarefas cotidianas, pela primeira vez cabem na palma de minhas mãos.

Me dei tempo e me tirei desperdícios.

Só o essencial vive em minha nova casa.

Agora posso realmente desfrutar de tudo o que tenho, já que é menos.

Usar toda a louça, lavar com gosto depois.

Admirar a organização, os vazios.

Pisar descalça no gostoso do chão. Maravilhar-me com a vista verde, o Cristo me abraçando todos os dias.

Aproveitar o silêncio, o zumbido do vento, o cântico na igreja ao lado, meio-dia em ponto.

Arrumar minhas coisas, dentro e fora.

Acalmar a alma, lavando e guardando a roupa.

Tudo é bom. O banho quente bem forte.  O azul da sala. O azul do céu.

Os novos vizinhos tão amigos.

Os pequenos rituais de abrir a caixa de correios, jogar o lixo fora.

Todo o lixo.

Recorda-me da casa de minhas avós, onde esta simplicidade também era tão presente.

O filho compra o pão francês na padaria ao lado e lanchamos sanduíches de presunto, saboreando cada naco.

Tudo é como deveria ser.

Reaprendo a ouvir mais o coração e ele canta, canta bem alto.

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