Uma BMW em Saquarema

 Em aprendizado

Esta semana foi… Densa.

Desafios em quase todas as frentes da vida.

Golpes atordoantes. No ego. Na esperança. Na estabilidade.  Na inocência.

O corpo dói. O coração dói.

Sento na beira do mar revolto, a boca cheia de sal e aquele gosto de água do mar arranhando a garganta, após vencer a batalha de voltar á tona e sair do redemoinho.

Nenhum osso quebrado. A consciência de haver escolhido sabiamente a hora de deixar-me ir até a areia, sem lutar contra a força do oceano.

Saber também que cada parte minha está íntegra, apesar dos machucados e do sobressalto.

Houve muita torcida para eu não me afogar. E, claro,  algumas mãos me puxando para o fundo. Somadas todas as forças, foi com meus próprios braços e pernas que entrei no mar de ressaca. E com meus próprios braços e pernas saí. Viva.

Hora de seguir na estrada.

O terapeuta me avisa: é preciso saber ser BMW em Saquarema.

Saber reduzir a marcha e aproveitar a vista, quando não será possível correr até o máximo da velocidade e potência disponíveis.

Não, agora é hora de olhar o mar á distância, com respeito. A 40km por hora, passeio pela orla, ainda bastante selvagem.

As roupas ainda molhadas, o gosto amargo na boca e os ralados ardendo. Mas já vem uma brisa e o céu está tão lindo.

O carro vazio, sem passageiros, sem bagagem, sem missão a cumprir.

Apenas seguir em frente, sem pressa de chegar.

Assim reaprendo meu tamanho e descubro novas formas de ser.

Assim, economizo meu oxigênio para a próxima onda. Pois lugar de sereia é dentro da água.

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