Quando fui do Rio para São Paulo, tive a ingenuidade de imaginar que minha origem carioca garantiria a sobrevivência de todas minhas amizades. Aprendi que amigos são como flores num jardim. Se não regar, podar, adubar, ficam meio murchas (exceto aquelas espécies que parecem resistentes a qualquer intempérie, mas são muito raras e preciosas!).
Enfim, agora que fiz o caminho de volta, tenho o firme propósito de manter meu jardim florido e bem cuidado. Sempre que posso envio notícias, tento agendar encontros quando estou em Sampa e este próprio blog é um canal para manter a proximidade, a chama acesa. Pena que postar comentários exija uma certa complexidade, queixa de muitos de meus leitores…
Os e-mails que recebi de volta são verdadeiros poemas carinhosos. A torcida afetuosa de todos que eu deixei, as declarações de amor constantes, os convites de aniversário da turminha de Léo, o pedido de notícias da Rita e Tânia, que cuidaram dele por quatro anos. Cultivar relacionamentos é ofício que demanda tempo, paciência, disponibilidade, persistência. Mas o resultado é tão generoso, abundante, surpreendente… Talvez não por coincidência, enviei minha última “message in a bottle” quando me recuperava de uma virose atroz, destas que tira do ar e exaure as forças. E hoje, algumas réplicas depois, sinto-me revigorada, amada e extremamente sortuda. Também acho incrível como as pessoas acham esta minha busca pela vida simples algo nobre, especial e difícil. Já falei disto antes e claro que reconheço estar um pouco fora da curva, mas é um encorajamento fundamental para eu não me perder de meu propósito, seguir minha visão, como diz meu amado Lucrécio.
Amigos paulistas, hoje o post é dedicado a vocês. E só quem nunca foi amado interurbanamente, se desperdiça com rixas entre municípios…
Em tempo, as fotos são de Lucrécio Jr e retratam um dos oásis paulistas que contradizem o mito de “São Paulo não tem beleza”. Trata-se do Portão 7 do Parque do Ibirapuera, recanto florido, sombreado e tranquilo que nos abrigou por diversas ocasiões em nossos tempos felizes lá…