A luta mais vã

 Em amor, aprendizado, autoconhecimento

“Deus, concedei-me,

A serenidade para aceitar as coisas que eu não posso modificar;
Coragem para modificar as coisas que posso, e
Sabedoria para saber a diferença.”

Oração da Serenidade

A luta mais vã de todas. Mudar o outro.
Não importa. Mesmo quando enxergamos com clareza o ponto cego de alguém. É inútil.
Entre outra pessoa e seu abismo, somos nada.
Difícil aceitar.
Ainda mais quando humildade não é nosso forte, nesta luta encarniçada contra a vã ilusão de onipotência.
Nada podemos contra a vontade do outro. Ou a falta de vontade.
Nada podemos.
Repito, como um mantra, estas palavras. Tentativa rouca de entender porquês.
Aceitar porquês.
Serenidade. Algo tão longínquo e necessário. 
Saber a diferença. A todo o tempo. Saber a diferença.
Do meu e do outro, tão misturados  nesta barriga cheia de peixes.
Choro bem triste este luto pelo sonho murcho que não é meu. Impotente.
Nada posso fazer para curá-lo. Nada posso fazer.
Só esperar pelo melhor, confiar em forças maiores. E derramar lágrimas de compaixão por mim e pelo outro que não posso salvar.
Coragem para modificar as coisas que posso me sobra.
O que falta é a serenidade para aceitar o que não posso modificar.
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