Perspectivas

 Em amizade, autoconhecimento, presença
Da janela de um avião, sempre sei quando uma cidade é familiar.
Reconheço construções, mapeio bairros, identifico contornos e avenidas. 
Ao  mirar esta paisagem,  meu coração se ilumina com lembranças de amigos, cafés, conversas, trabalhos.
Uma espécie de amor geográfico.
Tobias Tovera
Dentro é igual e diferente.
Por um lado, também há um mapa no dentro. O coração é um centro.  O pulso, avenidas.  A respiração, o sobe e desce do peito, um trânsito.
Algumas partes são mais familiares: a garganta, onde volta e meia encontro um nó.  O coração, que pode pulsar sereno para meus filhos cantando “eu te amo, eu te amo” ou pode estar um pouco ralado e sentido.
O estômago, onde pululam excitamentos e também ardem preocupações.
Diferente, pois parece sempre maior e mais misterioso.  Ao contrário de uma cidade, nunca sabemos quando acaba (se acaba) o dentro.  Há um tanto que não conheço bem. O fígado, o baço, os pulmões.  Trabalhadores zelosos dos meus sentimentos.
A cidade tem vida própria, verdade. Mas o dentro é a própria vida. Inventamos cidades e o dentro nos inventa.
Sob as nuvens, pedaços de minha história, recortes da caminhada. Dentro, a vida inteira, vibrando, gemendo, cantando.
Olho pela janela.  Dentro. Fora. Dentro.
A valsa das lembranças se mistura com um sentimento de estar presente, vivaz.
Estou um pouco fora e um pouco dentro. Entre expiração e inspiração, sonho altitudes e caminho horizontes. Memórias, amizades, experiências de ser e estar.
Sou feliz.
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