Sobre confiança e suspeita

 Em aprendizado, atitude, humildade

Tenho refletido bastante sobre minhas expectativas sobre os outros. Expectativa, como já escrevi antes, pode ser esperança com exigência.
Um grande calcanhar de Aquiles meu….

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Durante estes devaneios, lembrei-me de três momentos onde assumi que o outro ia usar meus olhos para me enxergar.
E quebrei a cara…
Mas como todo erro pode se converter em lição, registro aqui para aprendizado.

A primeira vez, foi na época de faculdade. Eu tinha meus vinte anos e havia um colega veterano com quem a relação era difícil.  Uma noite, ligeiramente embriagada, me deu uma vontade de remendar a história.
Falei com ele que agora seria diferente, que eu ia me esforçar para sermos amigos, etc. etc. E emendei: não estou falando isso porque estou meio alta, não. Amanhã te ligo para confirmar.
Liguei e deu uma confusão danada. O rapaz achou que eu estava com segundas intenções em relação a ele. A namorada dele também. E um ex-namorado meu, amigo dele, também.
Enfim, quis agradar do meu jeito, falando sobre uma intenção… E fui mal-interpretada.  Depois tive que aturar a crítica do ex, a implicância da namorada e o desprezo dele.

Décadas depois, já adepta do Viver Mais Simples, estava num café lá em São Paulo.   Olhei para um moço e me deu a impressão de que ele estava precisando de alguma ajuda.  Levantei e perguntei a ele, “Tudo bem? Você precisa de alguma ajuda?”.  Ele reagiu violentamente: “Estou ótimo, o que é isso? Que  abordagem estranha!”.
Foi um susto muito grande (sem contar o risco de apanhar…).
Ele devia estar em sofrimento, pela reação exarcebada. Mas porque seria considerado normal uma estranha te perguntando sobre como você está ? Pela reação dele, soou mais como uma invasão de privacidade.

Finalmente, há algumas semanas, encontrei uns estrangeiros no ônibus São Paulo x Rio. Tentei ajudar o máximo que pude:  uma precisou de auxílio para comprar a passagem de volta, ajudei. Pus todos num táxi para Ipanema. Até aí tudo bem.
Mas um deles era um inglês. Durante nossa conversa, descobri que ele trabalhava numa agência que atendia a J&J e que tínhamos até uma conhecida em comum. Encorajada por esta coincidência, me ofereci para levar o rapaz para jantar. Algo que fazia com muitos dos estrangeiros que visitavam o Brasil, no meu tempo de empresa.
Ele ficou meio surpreso e quando me ofereci para encontrá-lo no albergue dele, falou: pode deixar que eu te mando um sms quando estiver pronto.
Bem. Ele nunca mandou o tal sms nem respondeu o e-mail que mandei quando achei que já estava meio tarde para fazer o programa.

Fiquei triste, decepcionada e até com uma certa raiva nestas três ocasiões. Mas pensando em retrospecto, percebi que meu erro foi achar que o outro interpretaria minha intenção como eu interpreto a vida.

Eu tendo a acreditar na bondade intríseca das pessoas, até prova em contrário (lógico que tomando precauções pela minha segurança.).
Também tenho uma enorme disponibilidade para o inesperado.
Finalmente, sou muito extrovertida e adoro conhecer gente nova.

Mas não posso assumir que todos são assim:

Algumas pessoas interpretam uma moça meio bêbada falando de querer construir uma amizade como uma cantada desastrada.

Outras pessoas não acham engraçado uma estranha perguntar se eles precisam de ajuda.

E claro, um estrangeiro dificilmente confiará em alguém que conheceu num ônibus. Mesmo se ela lhe der um cartão, falar de referências em comum, etc.

Eu que sou diferente… Conheci um guia de turismo num ônibus da Turquia e me arrisquei (acompanhada pelo meu marido)  a participar de um tur com ele.  Tive medo, mas foi ótimo. Pensando bem, poderia ter terminado em sequestro, mas prefiro acreditar que não.

Voltando a expectativas…. Fiquei triste das três vezes, por que minhas expectativas foram frustradas:
De ser considerada uma pessoa especial porque me ofereci para ajudar ou reavaliar um relacionamento. Por ter me interessado pelo outro.
Por ser uma pessoa interessante, convincente e com um alto astral incrível…
Vendo assim, a quem mesmo eu queria agradar?
Ao final, fico com uma sensação que não fiz estas coisas pelo outro, mas por mim e olhando a situação pela minha perspectiva apenas.  E por isso agradeço a lição de humildade…

E vocês? Algum susto por uma reação diferente da esperada? Contem para mim…

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Showing 1 comments
  • Thaís Teixeira
    Responder

    ui minha mais nova amiga!!! Várias reações inesperadas! Depois te conto ao vivo! Percebo que temos muito em comum…Busque esse livro e depois falamos mais sobre isso! bjs thaís

    SABEDORIA DO ENEAGRAMA, A
    Formato: Livro
    Autor: RISO, DON RICHARD
    Autor: HUDSON, RUSS
    Editora: CULTRIX
    Assunto: CRENÇAS

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