Um tempo mais simples

 Em Álvaro Esteves, sustentabilidade, tempo, Viver Mais Simples

Um dia ou outro encontramos alguém assim, tão simplesmente extraordinário que nos borbulha por dentro.
Por exemplo, Álvaro Esteves, meu mais novo velho amigo.
Um homem-criança de inacreditável pureza e sabedoria, pai do conceito e do livro “Tempo Orgânico”.
Livro que acendeu em mim uma nova luz sobre o Viver Mais Simples. Como se ele tivesse me pré-visto ao escrever seu texto…
Assim, maravilhada e surpresa, fiquei com vontade de casar o que capturei da leitura com meu viver mais simples.
Mestre Álvaro, peço sua licença para arriscar uma parceria entre nossos pensares e sentires.
Leitores, encorajo-os fortemente a ler o livro ou seguir o blog, para tirarem suas próprias conclusões…

Sem mais preâmbulos, tempo orgânico encontra viver mais simples (uma livre interpretação):

São três as instâncias que tornam a vida interessante:

  1. A relação nossa conosco.
  2. A relação nossa com o outro.
  3. A relação nossa com o mundo.

Saber navegar nestes três oceanos interligados é o verdadeiro sal da terra. Abundância que nos sustenta:

Eu + eu igual a…
Protagonismo para avançar na vida segurando o leme e não sendo arrastado pela marola ou tsunami alheio.
Responsabilidade e Respeito por nossos limites. De tempo, energia, corpo, espírito.
Amor por nós, mesmo com tantas falhas e imperfeições.
Ancoragem para não naufragar nos dias difíceis. E manter a sanidade durante a jornada.
E muita, muita coragem para ser quem a gente nasceu para ser.

Eu + o outro igual a…
Seguir de mãos dadas: Interdependência. Reconhecer que só o vínculo dá sentido a nossas vidas. Sem o outro, não há testemunha de minha existência.
Raízes fundas: na ancestralidade de nossas histórias reside um precioso tesouro. Honrar este caminho antecessor nutre nosso presente e futuro.
Memórias felizes: compartilhar experiências de alegria e contentamento com quem amamos. Travessias com outros heróis. Estender a mão a quem precisa. Gestos e tempos impressos na memória, para aquecer invernos prováveis.

Respeitar o tempo do outro: demandando energia do que é significativo, útil e faz a diferença.  Livrar-se do que não é importante ou nutritivo: aquelas reuniões, atividades, relações sem razão de ser.

Eu + o mundo igual a
Menos é mais
: saber que o verdadeiro valor não está nas coisas, mas nas experiências e trocas. Desafiar o consumismo, buscar ser mais do que ter. “Quem tem muitos vestidos, tem muitos botões para pregar”, como dizia Anne Lindbergh em seu belíssimo Presente do Mar.
Simplicidade criativa: festas de antigamente, presentes-experiência, inventos que nos permitem compartilhar sentimentos sem gastar terra, luz, água e ar.
Ser um pouco mais pedestre (ou ciclista, ou caronista, ou tudo isso): repensar a relação com transitar por aí. Compartilhar um táxi, dar uma carona, usar transporte público.
Rever a relação com a rua: aproveitar os espaços urbanos, cuidando deles e os amando. Prestigiar a arte de rua, a feira, a festa popular.
Comprar menos, reaproveitar mais. Incentivar bazares, trocas, doações. Conhecer bons lugares para doar seus livros (um presídio? Uma biblioteca comunitária?)
Consumo Consciente: comprar o que importa na quantidade necessária. Dividir, compartilhar, pegar emprestado e emprestar.

Começar pelo caminho de menor esforço e ir incrementando: apagar a luz, não jogar óleo na pia, descartar pilhas e remédios corretamente. Lavar o que vai ser reciclado. Simples assim.

E o tempo ideal para tudo isto é o AGORA.

O presente. A única matéria que de fato podemos transformar.

Pausa, recreio, férias, soneca.

Respirar.

Maravilhar-se com a pureza das crianças, o milagre da vida, a beleza do mundo.

Dançar. Ouvir o coração. Sonhar acordado.

Explorar. Por que não?

Agradecer.

Obrigada, Álvaro. Por acordar em mim eu mesma.

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